segunda-feira, 17 de junho de 2013

Professores da FTC entram em greve por tempo indeterminado

Qui , 13/06/2013 às 18:17 | Atualizado em: 13/06/2013 às 18:17 
Os professores da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) de Salvador entraram em greve por tempo indeterminado. A decisão dos docentes veio após reunião na noite de quarta-feira, 13, no auditório da instituição de ensino, na Paralela, mas a informação sobre a adesão à greve só foi divulgada na tarde desta quinta, 14. A notícia foi confirmada pela assessoria de comunicação da faculdade.
De acordo com informações dos professores da instituição, a greve foi deflagrada devido ao atraso no pagamento dos salários. "Uma instituição de ensino como a FTC, cobrando mensalidade de quase cinco mil reais em um curso de medicina, por exemplo, não tem dinheiro para pagar a gente? É quase difícil de acreditar", questionou uma professora do curso de saúde que preferiu não se identificar.
Procurada, a FTC explicou que pagou os salários do mês de abril e que tentou negociar com os docentes, mas eles rejeitaram a proposta de parcelar o salário do mês de maio, já que a categoria pleiteia o salário integral. A próxima rodada de reuniões está marcada para a próxima quarta-feira, 19, entre a faculdade e os docentes na tentativa de um consenso no acordo salarial.

A paralisação afeta alunos de cursos como medicina, fisioterapia, nutrição, comunicação social, biologia, educação física, direito, entre outros. Um estudante da instituição, que preferiu não se identificar, informou que o semestre acabaria daqui a duas semanas e que, devido à greve, avaliações dos alunos foram canceladas.
Em nota, a Direção Geral da FTC Salvador informou que suspendeu temporariamente a realização das avaliações de segunda chamada, as avaliações finais do semestre e a rematricula para o próximo semestre. Segundo a faculdade, "um novo calendário para estas atividades será publicado assim que as atividades forem retomadas".

Manifestação
No último dia 4, estudantes do curso de medicina da faculdade, vestidos com jalecos brancos, fizeram manifestação na Avenida Paralela (sentido aeroporto), nas imediações da instituição de ensino. O protesto, segundo os estudantes, foi por causa da falta de pagamento dos professores e de convênio com clínicas particulares.
Para conter a mobilização, que impedia o tráfego de veículos no local, o Batalhão de Choque da Polícia Militar lançou bombas de efeito moral nos manifestantes. Muitos estudantes ficaram feridos e protestaram contra a ação dos policiais. Oito alunos precisaram ser atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), dois deles feridos por balas de borracha.

Confira, na íntegra, nota divulgada nesta quinta-feira pela FTC

FTC Salvador Comunica
A Diretoria da FTC Salvador, considerando a necessidade do cumprimento do Calendário Acadêmico e a realização de todas as avaliações de segunda chamada e as avaliações finais;
Considerando a necessidade de salvaguardar os interesses dos alunos, garantindo seu direito na realização plena das atividades acadêmicas e pedagógicas, para a conclusão do semestre;
Considerando ainda as constantes negociações com os docentes da FTC Salvador, na busca incessante para garantir a retomada do pleno funcionamento das atividades pedagógicas;
Comunica a suspensão temporária da realização das avaliações de segunda chamada, das avaliações finais do semestre de 2013.1, e da rematricula para o semestre de 2013.2; e que um novo calendário para estas atividades será publicado assim que as atividades forem retomadas.
Direção Geral da FTC Salvador.




Greve de professores deixa seis mil sem aulas na FTC


Sáb , 15/06/2013 às 08:24 | Atualizado em: 15/06/2013 às 08:24

Professores da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) decidiram manter a greve por tempo indeterminado iniciada quarta-feira, 12. Alunos dos 21 cursos que a instituição oferece temem perder o semestre, pois, segundo eles, as avaliações finais ainda não foram aplicadas. Cerca de seis mil estudantes estão sem aula. Por e-mail, o diretor-geral da FTC Salvador, Edílson Barbuda, disse que a faculdade tenta negociar com os professores.

terça-feira, 4 de junho de 2013

De jaleco branco, estudantes da FTC protestam na Paralela

Ter , 04/06/2013 às 08:47 | Atualizado em: 04/06/2013 às 10:12

De jaleco branco, estudantes da FTC protestam na Paralela

Paula Pitta e Mariana Mendes
  • A manifestação é por causa da falta de pagamento dos professores, diz estudantes
Estudantes da Faculdade de Tecnologia e Ciência (FTC) protestam na manhã desta terça-feira, 4, em frente à sede da instituição, na Avenida Paralela, sentido aeroporto. O grupo está vestido com jaleco branco e interfere no trânsito na região.
Segundo estudantes, a manifestação é por causa da falta de pagamento dos professores e de convênio com clínicas particulares. A polícia está no local para tentar controlar o protesto.
De acordo com testemunhas, os policiais lançaram bombas de efeito moral nos manifestantes. Conforme o estudante David Santos, quarto semestre do curso de medicina, vários estudantes estão passando mal no local.
O supervisor comercial, Fábio Rodrigues, que passava pelo local, presenciou a ação policial. "O Choque já chegou com cerca de 20 homens com cassetete na mão e jogaram três ou quatros bombas de pimenta em cima dos alunos. Eles saíram correndo e liberaram o trânsito", conta.
De acordo com Rodrigues, o tráfego estava parado no momento da ação policial, mas após a liberação da via alguns motoristas foram atingidos. "Ainda recebi pimenta no rosto e estou com os olhos e nariz incomodando".

Policiais lançam bombas de efeito moral contra alunos da FTC


Ter , 04/06/2013 às 10:24 | Atualizado em: 04/06/2013 às 11:55

Policiais lançam bombas de efeito moral contra alunos da FTC

Paula Pitta e Mariana Mendes

  • Luciano da Matta | Ag. A TARDE
    Estudantes pedem melhorias para o curso de medicina da FTC
Policiais militares do Batalhão de Choque reprimiram um protesto de estudantes de medicina da Faculdade de Tecnologia e Ciência (FTC) na manhã desta terça-feira, 4. Um grupo de universitários, vestidos de jaleco branco, impedia a passagem de veículos na Avenida Paralela, sentido aeroporto, nas imediações da instituição de ensino.
Para conter a manifestação, os policiais lançaram bombas de efeito moral nos manifestantes. O estudante Bruno Reis da Silva, do 6º semestre de medicina, disse que o Batalhão de Choque "já chegou atirando as bombas. Alguns alunos ficaram machucados, inclusive com fraturas". De acordo com ele, grávidas participavam do protesto.
A estudante Ana Paula Moinho relata a situação vivida pelos alunos. "Muitas pessoas desmaiaram, foram pisoteadas. Uma menina quebrou o braço e feriu a barriga com uma bala de borracha. Alguns estão em estado de choque, outros com falta de ar ou olhos ardendo", conta.

O supervisor comercial, Fábio Rodrigues, que passava pelo local, presenciou a ação. "A polícia já chegou com cerca de 20 homens com cassetete na mão e jogaram três ou quatros bombas de pimenta em cima dos alunos. Eles saíram correndo e liberaram o trânsito", conta.
Ainda de acordo com Rodrigues, o tráfego estava parado no momento da ação policial, mas após a liberação da via alguns motoristas foram atingidos pelas bombas. "Recebi pimenta no rosto e estou com os olhos e nariz incomodando".

Posição da FTC - A instituição, por meio da assessoria de imprensa, confirmou a intervenção da PM na manifestação dos estudantes. De acordo com a FTC, os policiais e o vice-presidente da faculdade, Reinaldo Borba, tentaram negociar com os alunos, mas eles só queriam falar com o presidente, William Oliveira, que não estava disponível no momento.
Sem acordo, os policiais usaram gás de pimenta e bala de borracha para liberar a via, de acordo com a assessoria da FTC, que confirma que alguns estudantes ficaram feridos. Conforme a instituição, eles tiveram lesões superficiais e foram atendidos por equipes do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu).

Estudantes de medicina da FTC são reprimidos por policiais em protesto8Estudantes de medicina da FTC são reprimidos por policiais em protestoEstudantes de medicina da FTC são reprimidos por policiais em protesto
TER, 04/06/2013 às 10:46
Estudantes de medicina da FTC são reprimidos por policiais em protesto
A estudante Ana Paula Moinho contesta a versão da FTC de que a PM teria tentado negociar com os manifestantes. "A gente já sabia que se a Choque chegasse ia sentar em respeito a eles, mas eles nem tentaram conversar, já chegaram atirando bomba e balas de borracha. Sem dó, nem piedade".
De acordo com ela, os alunos pretendem entrar com uma ação coletiva no Ministério Público do Estado contra o governo estadual.
Motivação - Conforme o estudante David Santos, 4º semestre do curso de medicina, a manifestação é por causa da falta de pagamento dos professores e de convênio com clínicas particulares.
Segundo o aluno, a faculdade tem que pegar uma cota aos hospitais para que os alunos possam estudar a parte prática na unidade, entretanto, a FTC não paga essa cota há meses. Segundo o estudante Bruno Reis da Silva, do 6º semestre de medicina, os alunos chegaram a ser expulsos dos hospitais. "Que tipo de médicos que eles querem formar?", questiona.
"Os professores já não recebem há cerca de 2 meses. Alguns já pediram demissão", disse Bruno, que paga a mensalidade de R$ 4.125,00 pelo curso.

A assessoria da FTC confirma o atraso no pagamento do salário dos professores do mês de abril, que, de acordo com a instituição, será pago nesta terça.
A faculdade não se pronunciou sobre a reclamação de falta de convênio com hospitais e clínicas.
Ação policial - Nesta segunda, 3, a Secretaria Municipal de Urbanismo e Transporte divulgou nota informando que iria pedir ao secretário estadual de Segurança Pública, Maurício Barbosa, apoio da polícia "para disciplinar as manifestações que estão ocorrendo diariamente na cidade".
O secretário municipal de Urbanismo e Transporte, José Carlos Aleluia, disse que não pretende impedir os protesto, mas que é necessário ordenamento.  "Ninguém quer impedir as pessoas de se manifestarem sobre o que quer que seja. Mas desde que essas manifestações não interrompam a vida da cidade, não paralisem o dia a dia das pessoas. O direito de um termina quando começa o do outro, como diz o ditado", disse Aleluia, em nota enviada à imprensa.