quinta-feira, 10 de março de 2011

Repúdio ao Desrespeito às Leis Trabalhistas Pela FTC


Desde dezembro último, quando fomos demitidos sem justa causa e alijados de qualquer direito trabalhista, iniciamos uma árdua luta contra aquilo que denominamos “tradição maldita” da rede de Faculdade de Tecnologia e Ciências-FTC. Tradição essa que se concretiza no desrespeito explicito às leis trabalhistas bem como o descumprimento das decisões judiciais.
 
A instituição trata com descaso e escárnio os profissionais que outrora lhe prestaram serviços sempre cumprindo todas as suas exigências. Desde dezembro buscamos o dialogo para ter garantidos os nossos direitos. No entanto o que encontramos como resposta de um dos diretores foi: “busquem seus direitos na Justiça”.

Daí o nosso movimento “Demitidos FTC” se fortaleceu: elaboramos uma carta aberta para denunciar à sociedade baiana ao que estávamos sendo submetidos; junto ao Sindicato dos Professores-SINPRO, entramos com uma causa coletiva contra a FTC; articulamos-nos com outros segmentos que também foram prejudicados; utilizamos as redes sociais para levar nosso brado de indignação o mais longe possível; fomos entrevistados por programa de TV e fomos tema de matéria em um jornal de respeitável circulação.

Com esse movimento conseguimos receber os salários atrasados de outubro e novembro.Entretanto só em fevereiro foram cerca de 10 audiências na Justiça do Trabalho nas quais os reclamantes ouviram dos representantes da instituição: “sem acordo”. Esse bordão nada mais significa do que “não pago”. A Justiça do Trabalho obrigou a FTC a depositar o FGTS bem como a multa de 40%, até agora somente três professoras tiveram esse direito parcialmente garantido. Ainda assim, a maioria dos demitidos de dezembro e de momentos anteriores está na expectativa do cumprimento dos direitos básicos a qualquer trabalhador desse país.

Diante desta sequência de ações do grupo “Demitidos FTC” e o descumprimento persistente por parte da referida instituição às decisões jurídicas, algumas indagações pululam sobre as nossas cabeças, a esta altura acompanhados da indignação de boa parte da sociedade minimamente informada da cidade: O que assegura à FTC que ela pode agir tão abertamente desta maneira desrespeitosa e indecente, numa área de atuação que, mesmo atendendo às normas nem sempre justas de mercado, exige o mínimo de postura ética e respeito às pessoas, qual seja a área de educação e capacitação profissional? O que revela esta “tradição maldita” da FTC? Resquícios de nosso passado, reativando antigos vícios na relação empregador/trabalhador e rasgando as linhas históricas das conquistas trabalhistas? Qual o respaldo desta empáfia que acompanha estes empresários da educação? Será alguma certeza que não sabemos ou preferimos fingir que não sabemos? 
 
Relação de trabalho não é jogo de forças. É trato entre partes, mediado pela legislação. E, findada a relação, esta não deve resultar em disputa, contenda ou conflito. Não se discute aqui quem é o mocinho ou o bandido nesta história. Mas, se é para usar a nem sempre correta linguagem empresarial, que brademos, então: LEVOU, PAGOU! Afinal, nosso produto/trabalho foi vendido. Que nos paguem. Se não sabem respeitar seres humanos, respeitem a Justiça. E que ela nos seja JUSTA.
Demitidos FTC

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